sábado, 11 de setembro de 2010

Palestra para mães - Maio/2010


Comunicação entre mães e filhos


Comunicar-se não é algo tão simples... não é simplesmente dizer palavras e sentenças! Comunicar-se envolve alem de falar, o saber ouvir, e o saber decodificar a mensagem por trás de falas aparentemente simples!

O difícil na comunicação é que ambas as pessoas que participam do dialogo tem uma forma de pensar e tem uma carga emocional diferente... dessa forma, um precisa entrar no mundo do outro para poder responder e atender a exigência emocional do outro. No contexto da família, isso acontece diversas vezes, as crianças as vezes nos falam algumas coisas que nos tocam profundamente, isso porque mexem com as nossas emoções... pras crianças isso é mais fácil, elas são extremamente sensitivas, o que nós adultos fomos perdendo ao longo da vida, fomos criando a casca-dura!!!

Bem, o lance mesmo são as emoções, os sentimentos... toda fala é carregada de sentimentos, é algo que não tem como dividir... e os sentimentos, especialmente os das crianças, devem ser levados a serio!

No entanto, as vezes nós rimos da inocência das crianças, passamos por cima do desejo delas de serem compreendidas e protegidas... queremos que elas também criem cascas-duras como nós!

Respeito é a palavra-chave da comunicação, além de algumas habilidades que podem ser adquiridas.

As crianças esperam de nós adultos um retorno das coisas que dizem e fazem, esse retorno pode ser positivo (quando ela fizer algo bom) e negativo (quando ela fizer algo que precisa ser corrigido). Mas a forma como fazemos esse retorno pra criança determina se ela irá continuar fazendo as coisas corretamente ou repetindo os mesmos erros.

Por exemplo: se ela arruma o seu quarto e não recebe um elogio ou ao menos um obrigada, ela se sente desvalorizada pelo esforço que teve em arrumar o quarto, pensa que nem faz mesmo diferença!

Se ele passa o dia inteiro aprontando poucas e boas, já está todo mundo perdendo a paciência, e tudo o que ele recebe de retorno são julgamentos, broncas, surras... e mais nada adianta! Ae chega a vizinha, e vc porque já está no seu limite comenta com ela que seu menino hoje está impossível, terrível, que vc não agüenta mais... e seu menino ouve isso claramente, mesmo porque vc nem faz questão de que ele não ouça (na verdade vc está mandando um “recado”). Entao no final do dia chega o pai, e vc já recebe ele na porta dizendo que o fulaninho precisa desesperadamente de uma bela surra dele! Ai ai ai... que situação!

O que poderia ter sido feito?!!!

Bem, primeiro a menina, que arrumou o quarto sozinha... faz toda a diferença quando a mãe chega e dá aquele abraço, agradece ela por ter arrumado o quarto e ainda elogia a forma como ela arrumou! Ela se sentirá valorizada, amada, e isso a animará a arrumar mais vezes o quarto! Ela viu o quanto isso deixou a sua mãe feliz! E ela também se sente feliz!

O menino... tudo o que ele queria era um pouco de atenção... e a mãe, não conseguiu fazer nada só pra ficar acudindo as traquinagens do pequeno, mas se negou completamente a parar e pensar o que poderia ser feito pra dar atenção ao menino. Ela poderia ter compreendido que ele queria que ela fizesse um retorno das suas atitudes, algo tipo assim, “vejo que vc está impaciente, não consegue brincar por muito tempo com um brinquedo, parece que tem algo lhe incomodando, gostaria de conversar?!”... nós temos a tendência a achar que isso não é o tipo de conversa que se pode ter com uma criança! Mas elas entendem perfeitamente conversas assim.

Quando a criança se vê num emaranhado de emoções fortes, ela dificilmente consegue ouvir falas do tipo “não faz isso!”, “já te falei um milhão de vezes que não é pra fazer isso!”, “quem te agüenta?! Desse jeito vc deixa qualquer um doido!”... porque falas assim não tocam as suas emoções, pelo contrario, agridem a sua pessoa e os seus sentimentos.

Falar gritando com a criança e num tom exasperado simplesmente complica mais ainda a situação, se vc realmente quer chamar a atenção da criança se abaixe, fique ao nível dos olhos dela e fale num tom calmo e firme o que vc quer exatamente.

Muitas vezes não é preciso esperar chegar a um ponto desse, em que se torna difícil contornar, entender o que exatamente a criança está sentindo falta emocionalmente (e cada caso é um caso diferente)... na verdade, boa parte das crianças são dóceis e possíveis de se tratar de forma tranqüila, e muito pode ser feito antes de se chegar a um ponto triste em que ninguém mais consegue conversar/se comunicar com uma criança.

No dia a dia temos inúmeras chances e oportunidades de reforçar as boas atitudes das crianças, de valorizar o que elas fazem, fazê-las sentir que as amamos e que somos orgulhosos delas!

A habilidade das crianças de encararem a vida mais tarde com confiança, motivação e gerenciando o stress da vida rotineira, depende do tratamento que recebe dentro de casa. A forma como eles se vêem dentro do contexto familiar influencia grandemente o seu papel na sociedade.

Vejamos algumas formas que ajudam muito a comunicação entre mães e filhos, que criam um ambiente saudável e gostoso de se participar:

- preste atenção e respeite os sentimentos da sua criança e cuide do seu tom de voz;

- respeite o direito da sua criança expressar uma opinião, não importa o quão pequena ela seja;

- permita que situações importantes ou difíceis sejam discutidas sem criar o medo de ser julgada ou criticada;

- sempre que possível preste atenção ao que a criança está falando... é extremamente importante que um tempinho do dia seja separado para simplesmente conversar e ouvir sua criança;

- encoraje sua criança a ter idéias e opiniões próprias... uma conversa envolve duas pessoas, e não somente um que fala tudo pelo outro;

- resista ao desejo de corrigir erros gramaticais e a terminar as sentenças da criança;

- fique de olho e pegue suas crianças no “flagra” fazendo boas coisas... e as elogie por isso!

- acredite nas habilidades das suas crianças e faça com elas saibam que você acredita nelas. Uma criança que é constantemente advertida a não fazer isso ou aquilo porque vão se machucar, acabam perdendo a confiança em si mesmas;

- providencie diversas oportunidades e atividades para que as crianças experimentem coisas diferentes, aprendam a apreciar e desenvolver suas habilidades, para que possam se sentir capazes;

- elogie os esforços e não os resultados... a criança precisa saber que é normal falhar até acertar;

- evite corrigir constantemente os erros e falhas das suas crianças. Tentativas e erros fazem parte do processo normal de aprendizagem das crianças. As crianças se sentem desencorajadas se todas as suas tentativas receberem uma avaliação e nota... quando ela quer uma avaliação sua ela com certeza irá lhe pedir;

- separe a criança do seu comportamento, desaprove a atitude e não a criança... por exemplo, diga “não é certo desenhar nas paredes”, ao invés de, “você sempre faz isso! Você é terrível mesmo! Quando é que você vai aprender?!”

- diga de forma clara o que você quer que sua criança faça, e não o que você não quer que ela faça... modifique as ordens negativas em positivas... por exemplo, ao invés de dizer “não ande tão perto dos carros”, diga “ande perto de mim, por favor”;

- não pense que as crianças sabem o quanto você as ama... diga isso a elas constantemente!

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