Lista de desejos pra 2013

Se tem uma coisa que eu gosto de fazer todo final de ano é a retrospectiva, creio que faço isso desde a minha adolescência... acho interessante analisar o ano que passou, o que deu certo, e especialmente o que não deu certo!
Percebo que meu ritmo de aprendizagem é lento, nada como um dia após o outro... mas vejo claramente que a misericórdia de Deus é infinita! Deus não desiste de me ensinar, mesmo que eu leve um certo tempo pra aprender algumas coisas simples... e mesmo quando eu não aprendo de jeito nenhum, Ele continua me amando!
Ah, como é precioso poder contar com o amor de Deus... Ele tem um plano, um projeto, para cada um de nós, e por mais que a gente seja teimoso, "cabeça dura", muitas vezes intransigente, Deus tem um método todo especial pra lidar com cada um de seus filhos!
É exatamente isso o que me encanta! Quando olhamos para trás, vemos que Deus sim é grande e poderoso, e que nós somos pequenos, falhos e dependemos da força Dele para continuar!

No entanto, não gosto de fazer planos, alvos e estabelecer projetos para o ano que se inicia!
Vai entender!!!
Já fiz algumas vezes, nunca deu certo pra mim, porque quando chegava o final do ano eu via que muito pouco (ou quase nada!) daquilo que tinha estabelecido como meta eu conseguia de fato alcançar!
Acho que essa frustração, ou o não saber lidar com a frustração, me impediu de continuar fazendo essa famosa lista de desejos para o ano que entra!
Prefiro muito mais ir vivendo um dia de cada vez, ir experimentando o que Deus coloca à nossa frente, aquilo que Ele carinhosamente me concede, mesmo que sejam detalhes pequenos.
Talvez o erro esteja no que eu colocava como alvos pra mim, talvez fosse muito exigente... sei lá! Talvez se eu estabelecesse alvos mais possíveis de serem alcançados...

Bem, vou tentar fazer mais uma vez a lista (de uma forma bem realista!)... e vou orar e entregar nas mãos de Deus!
- sei que nesse ano de 2013 vou ter menos tempo do que tenho agora, portanto dizer que quero ler mais talvez não seja possível... mas quero sim aprender mais, aprender mais de Deus! Aprender na prática, porque de livros e teorias eu já estou bem farta... tenho sentido muito a necessidade de colocar em prática tudo aquilo que já li na minha vida (e foram muitos livros!!!)
- sei que em 2013 teremos um novo integrante na família, creio que isso será suficiente para mudar bastante ou totalmente a rotina aqui de casa... mas quero muito ser capaz de dar conta de atender todas as responsabilidades que terei, sem me esquecer de Deus primeiramente, do meu esposo querido e das atividades da igreja, fora o meu trabalho com as bonecas... socorro!!! Colocando assim, parece quase impossível, mas com a graça de Deus eu creio que vou conseguir!
- espero ter a benção de finalmente assumir a maternidade, a realização de um sonho tão antigo... mesmo que todos digam que o início, os primeiros meses da vida de um bebê seja difícil, espero em Deus ter forças e sabedoria para conduzir essa criança nos caminhos do Senhor!

Esses são meus desejos pra 2013... são alvos que vão exigir bastante de mim, mas dos quais não tenho a opção de me esquivar, farão parte do curso natural da vida... mas continuam sendo alvos em que continuamente precisarei depender da força de Deus!

Minha Bíblia...

Domingo agora é comemorado o Dia da Bíblia... e enquanto o Francisco prepara a liturgia para esse domingo tão especial, eu me vi lembrando das minhas primeiras experiências com a Bíblia!
Lembro-me que era muito pequena, mas a leitura da Bíblia sempre fez parte da vida da minha família, ia dormir mas não sem antes escutar uma história bíblica contada pela minha mãe, e todos os dias começavam invariavelmente com o culto doméstico... sem contar que a imagem do meu pai deitado na cama lendo a Bíblia é uma das imagens vivas que guardo!
Lá pelos meus 7 anos de idade, eu já estava sendo alfabetizada na escola, era aquela festa de tentar juntar as letras e aos poucos ir decifrando as palavras... e eu tinha livros infantis de sobra, meus pais nunca fizeram economia no que dizia respeito a comprar livros!
Mas meu pai já tinha em mente definido como incutir em mim o amor pela Bíblia... ele me fez um desafio, disse que assim que eu terminasse de ler o Evangelho de João me daria uma Bíblia inteira! Então ele me deu aquele livretinho do Evangelho de João, era tão bonitinho, era o livro de João inteiro, mas num formato tão pequenininho, cabia na palma da minha mão!
E eu me pus a ler o livro de João, como ainda estava bem no início da minha alfabetização eu lia bem devagar e pouquinho por dia, alguns poucos versículos... mas aos poucos fui vencendo, e um dia eu finalmente terminei de ler o livrinho todinho!
Lembro-me com saudade que meu pai me levou ao centro de Campinas, numa livraria evangélica e juntos podemos escolher uma Bíblia para mim!
É uma pena eu não ter mais aquele primeiro exemplar da Bíblia, tinha a capa azul celeste, pra mim era a Bíblia mais linda!!!
Com meus 11 anos de idade eu concluí a primeira leitura completa da Bíblia... foi um evento e tanto! Uma conquista imensa para uma pré-adolescente!
De lá pra cá já completei outras leituras completas da Bíblia, já tive várias Bíblias... ainda tenho uma que ganhei com 12 anos de idade, foi comprada na Sociedade Bíblica em Belém do Pará, tem a capa de couro original (hoje não a uso mais, mas faço questão de guardá-la).
A pouco mais de um ano tive a experiência de perder minha Bíblia num aeroporto, por descuido vim a perdê-la, e só fui notar a sua falta quando fizemos uma ponte aérea em outro aeroporto, chorei horrores, não conseguia admitir que havia perdido a minha Bíblia, todinha marcada e anotada... depois me confortei orando para que ela não viesse a parar num setor de achados e perdidos, mas que alguém viesse a pegá-la e fazer bom uso dela, alguém que Deus provavelmente sabia que precisaria daquela Bíblia naquele exato momento... somente no céu saberei o que aconteceu com aquela Bíblia!
A verdade é que ao longo dos anos vim aprendendo a amar a Bíblia, não como um objeto precioso, mas amar a Escritura, a Bíblia como mensagem de Deus para mim! Confesso que há épocas que leio mais do que em outras épocas, mas a Bíblia é meu refúgio, meu porto seguro, onde sempre busco consolo e a direção de Deus!
Percebi que a leitura da Bíblia vai se modificando ao longo dos anos, hoje vejo detalhes na leitura que não via quando criança, adolescente e jovem... a Bíblia não muda, o que muda é a nossa percepção, as nossas necessidades! E a Bíblia é sempre atual... assim como Deus é sempre presente na nossa vida!
Agora estou grávida e penso no meu próximo projeto, comprar uma Bíblia nova e lê-la toda, enquanto faço as anotações daquilo que Deus chama a minha atenção e que gostaria que meu filho um dia venha a ler... e um dia especial, só Deus sabe quando, dar de presente ao nosso filho Efraim!
Meu sonho é poder passar para a próxima geração esse amor à Bíblia que um dia meus pais plantaram em meu coração!

Excesso da minha ansiedade...

Estava lendo esses dias a história de Ana, que veio a ser mãe de Samuel... mas que no início simplesmente vivia a sonhar com esse filho!
Ela era estéril, não podia ter filhos... seu coração sentia uma enorme angústia por não poder ter filhos, e mesmo que seu marido a amasse imensamente, ela tinha Penina (a outra esposa) que não perdia a menor chance de a provocar!
Para uma mulher estéril o simples fato de ver outras mães com seus filhos já é tido como uma provocação, imagine então o que Ana não sentia ao ouvir as provocações verbais de Penina, que parecia ter prazer mórbido em fazer Ana chegar ao ponto de se desesperar e chorar amargamente.
Elcana, o esposo de Ana e Penina, tentava por todos os meios compensar a dor que Ana sentia, mesmo porque ele declaradamente a amava mais do que Penina, tinha Ana como o seu xodó particular, a mimava e a favorecia sempre mais do que Penina... Ana provavelmente era grata por todo esse carinho que recebia de seu esposo, mas no fundo do seu coração sabia que somente Deus era capaz de compreender a angústia que sentia!
Ela se dirige então ao templo, ela precisava falar com Deus... precisava desabafar a dor do seu coração, precisava de alguém que a entendesse e que a ouvisse, sem tentar compensar com mais coisas materiais... e Ana sabia que esse alguém era Deus!
Ela derrama o seu coração, descortina tudo o que havia em sua mente e coração... se expõe perante Deus! No entanto, devido à singeleza do assunto e pela tamanha intimidade que estava tendo com o seu Deus, ela não declara em voz alta o que estava orando, ora sim em silêncio. O fato chama a atenção de Eli, o sacerdote que ficava no templo e recebia as pessoas que ali se achegassem, tanto que ele julga que ela estivesse embriagada, ao que ela responde:
"Não, senhor meu! Eu sou mulher atribulada de espírito; não bebi nem vinho nem bebida forte; porém venho derramando a minha alma perante o Senhor. Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial; porque pelo excesso da minha ansiedade e da minha aflição é que tenho falado até agora."
Ela admite ser uma mulher "atribulada de espírito" e que sofria de "excesso de ansiedade"... e se alguém sofre ou sofreu de ansiedade, sabe perfeitamente o quanto isso fere a pessoa por dentro, é uma dor que chega a corroer, chega a ser difícil de explicar, causa imensos males e até mesmo doenças.
Ana sofria de ansiedade! Este é um mal de tempos antigos, não é daquelas doenças do século, devido à vida corrida dos dias de hoje, dos problemas que hoje enfrentamos... não, ansiedade é coisa antiga!
É bonito ver que Ana tomou a atitude correta quando foi ao templo, quando foi à presença de Deus... ela sabia que ninguém no mundo era capaz de compreender o tamanho da dor que sentia, nem mesmo o seu esposo que a amava tanto.
Ela percebeu que coisas materiais e atenção humana não resolvem o problema que está dentro do coração, ela estava cansada de receber, ela percebeu que precisava tomar uma atitude e pela primeira vez resolve fazer uma doação de si, por essa razão ela faz um voto ao Senhor, se ela tivesse um filho ela o devolveria ao Senhor.
Ela finalmente concluiu que o excesso da ansiedade que carregava sobre os ombros era demais para ela, e decide então desfazer-se deste peso aos pés do Senhor, Deus sim tinha forças para carregar aquele peso, ela não podia mais!
O sacerdote Eli, mesmo sem saber qual era o pedido de Ana, diz a ela que Deus concederia o pedido que ela havia colocado perante Deus... Deus sempre responde as nossas orações, pode não ser da forma que desejamos, mas Deus responde e age sempre em favor do bem dos seus filhos.
A primeira resposta de oração que Ana recebe de Deus é o alívio da dor do seu coração, o relato bíblico diz que Ana "foi seu caminho e comeu, e o seu semblante já não era triste"... quem sofre de ansiedade sabe muito bem que o acalmar do coração já é uma vitória, podemos até não conseguir aquilo que tanto almejamos, mas se o coração estiver calmo, isso já será suficiente para encarar um dia após o outro com mais tranquilidade... a paz de espírito é algo precioso!
Sabemos que pouco tempo depois Ana consegue engravidar e vem a ter o seu tão sonhado filho, Samuel. Ana tem sua segunda resposta de oração, Deus realmente foi favorável ao seu pedido e lhe realiza o sonho da sua vida!
Como cumprimento ao voto que fez perante o Senhor, ela devolve Samuel à Deus, ela o leva para morar no templo e servir à Deus por toda a sua vida. Mais à frente lemos que Deus concede a Ana mais três filhos e duas filhas... ela foi grandemente abençoada!
Ana então ora ao Senhor dizendo:

"O meu coração se regozija no Senhor,

a minha força está exaltada no Senhor;

a minha boca se ri dos meus inimigos,

porquanto me alegro na tua salvação.

Não há santo como o Senhor;

porque não há outro além de ti;

e Rocha não há, nenhuma, 

como o nosso Deus."

(Esta história está registrada em I Samuel capítulos 1 e 2.)

"Black Friday"

Essa semana foi marcada pela famosa "Black Friday" nos Estados Unidos... e que o Brasil já está dando o seu jeitinho de imitar!
O consumismo foi às alturas... as pessoas fazem imensos sacrifícios para simplesmente poderem "aproveitar"  os descontos e as ofertas... compram coisas que talvez nem precisassem, mas a ideia de que "está tão barato, que chega a ser imperdível!" seduz milhares de pessoas!
É curioso que a Black Friday é exatamente um dia após o Thanksgiving, o dia de Ações de Graças, que ao longo desses anos vem perdendo o seu significado... mas que na sua origem era um dia especial, um dia para agradecer a Deus por todas as bençãos recebidas durante o ano que se passou!
As pessoas hoje não sabem mais agradecer, na verdade, penso que o problema seja mais profundo, as pessoas hoje não sabem mais se contentar com o que tem, com o que Deus concede a cada um!
A ganância é tanta que as pessoas olham para o que tem, sentem uma imensa insatisfação, porque vivem a se comparar com os outros... os outros sempre tem mais do que nós temos! Os outros sempre tem coisas melhores do que nós temos! E a insatisfação vai escalando...
Por mais que uma coisa seja boa, há sempre algum detalhe que não atende a satisfação plena das pessoas, haverá sempre motivo para críticas, para melhorias... esse é o ritmo de todas as coisas que temos nesse mundo!
Nem que a pessoa tenha tudo o que o seu coração possa desejar... isso nunca é o suficiente para ela! Estará sempre em busca de algo mais... é um buraco sem fundo que se instalou no coração da humanidade!
Essa é a natureza humana... o homem está sempre insatisfeito, impaciente e intolerante com o que Deus lhe concede!
E Deus nos concede tantas coisas, tantas bençãos... são tantas que temos até dificuldade em enumerá-las! Mas na maior parte das vezes os nossos olhos estão cegos, embotados pela insatisfação que se alastrou e tomou conta do nosso coração.
Ah... como precisamos aprender a agradecer a Deus pelas suas bençãos! Não simplesmente num dia específico, como no feriado do calendário americano... mas em todos os dias!
Aprender a olhar para as coisas que Deus tem nos dado, e reconhecer que Ele é o doador de tais coisas! Reconhecer que se não fosse por Sua graça não teríamos tais coisas! Reconhecer que somos dependentes da Sua bondade, que não é por nossos esforços e condições que temos as coisas que temos! Reconhecer que podemos sim querer e desejar ter outras coisas, mas que devemos buscar Dele a aprovação para adquirir tais coisas!
Deveríamos aprender a não buscar ter o céu aqui na terra... o céu nos aguarda na eternidade! Aqui na terra somos simplesmente passageiros, moramos em tendas, nosso conforto é parcial, porque estamos nos deslocando em direção ao nosso destino final... o céu!
Penso que o céu será realmente lindo... mas lindo mesmo será ver o coração de contentamento que Deus dará a todos os que são seus... lá não teremos mais essa atitude tão horrível de colocar defeito em tudo, de estar sempre desejando algo mais... lá poderemos apreciar e louvar a Deus continuamente por Sua perfeição! Lá Deus nos dará muito além do que sequer pudemos imaginar ser possível ter... lá o nosso coração estará em paz e seremos livres para adorar a Deus sem nos preocuparmos com coisas materiais!
Maranata... vem Senhor Jesus! E nos livre desse mundo corrompido em que vivemos!

Fala, Senhor, porque o teu servo ouve!

A Bíblia é realmente inesgotável!
Cada vez que lemos uma história, nos encantamos com detalhes que que nunca tínhamos visto antes! Eu particularmente vibro quando descubro um detalhe novo, quando Deus me mostra algo que não tinha notado antes... ah, como é bom!
Dessa vez foi a história de Samuel, o pequeno garoto que foi levado por sua mãe e devolvido ao Senhor, ele morava com o sumo sacerdote Eli e ajudava nas tarefas do templo.
A Bíblia nos conta que Samuel era um menino exemplar, que "crescia em estatura e no favor do Senhor e dos homens"... se tinha um garoto que a gente poderia dizer "esse garoto vai para o céu", esse garoto era Samuel!
Ele era super obediente, extremamente prestativo com Eli, ajudava nas tarefas do templo, seguia as regras e sabia exatamente o que podia e o que não podia fazer no templo... mas diz a Bíblia que "Samuel ainda não conhecia o Senhor".
Samuel fazia todas essas coisas porque provavelmente aprendeu a faze-las desde pequeno, o templo era a sua casa, conhecia os detalhes, tinha aprendido a realizar as tarefas com perfeição... ele seguia o ritual.
No entanto, ele ainda não conhecia ao Senhor! E a prova disso é que de noite quando ouve o seu nome ser chamado, ele rapidamente intui que Eli o havia chamado e prontamente vai a Eli para ver se este o havia chamado e o que este precisava... ele não reconheceu a voz do Senhor!
Eli já estava velho, seus olhos estavam se escurecendo, sua performance como sumo sacerdote da nação de Israel estava manchada pela terrível conduta dos seus filhos... e ainda por cima, "a palavra do Senhor era mui rara; as visões não eram frequentes."
Se tinha alguém que devia ter um contato frequente com o Senhor perante a nação de Israel, esse alguém era Eli, ele era o sumo sacerdote, o representante do povo perante Deus... e Eli já não era mais essa pessoa.
Deus então olha para Samuel e o chama, chama por Samuel três vezes de noite, e Samuel como ainda não conhecia ao Senhor não reconhece a Sua voz... também demora para Eli atinar com a possibilidade de que era Deus quem estava chamando por Samuel, mas quando finalmente ele percebe o que estava acontecendo, instrui Samuel de que era Deus quem o estava chamando e que ele deveria se colocar a disposição para ouvir o que o Senhor tinha a dizer-lhe.
Samuel então espera novamente o Senhor chamar o seu nome, e dessa vez ele diz "Fala, porque o teu servo ouve." Samuel agora sabia quem estava falando com ele, sabia que era o Senhor, e nesse momento ele se dispôs a ser um "servo" de Deus... naquele momento Samuel conheceu o Senhor de uma forma pessoal e íntima!
Temos a aprender com Samuel que de nada nos vale os rituais religiosos, tipo ir à igreja todos os domingos, carregar uma Bíblia, cantar os hinos, aprender a se comportar como um cristão... isso nada vale se não conhecemos ao Senhor! Se não conseguimos reconhecer a voz de Deus quando Ele fala conosco!
Nossa atitude deve ser como a de Samuel, de se colocar a disposição, ficar atento ao chamado do Senhor, e responder com humildade "Fala, Senhor, porque o teu servo ouve."

A Páscoa do Senhor

Uma das histórias emocionantes na Bíblia é a saída do povo de Israel do Egito... o cumprimento das promessas que Deus havia feito a Abraão, Isaque e Jacó.
O povo já estava por 400 anos no Egito, uma nação que não era a sua... a princípio foi a providência divina que os levou até lá, mas aos poucos foram sendo escravizados por aquela nação devido ao assustador crescimento do povo de Israel, os egípcios temiam perder o controle da nação para aquele povo que crescia dentro do seu território.
Deus então de formas miraculosas arquitetou todo um plano para tirar o seu povo debaixo da escravidão do Egito... e depois de desafiar várias vezes o Faraó e todos os deuses do Egito, mostrar com mão forte e poderosa que existe somente um Deus, que é digno de ser adorado e temido... Deus finalmente tira o seu povo do Egito!
E Deus fez com que a saída do povo de Israel do Egito fosse triunfal... triunfal sim, pois Deus não permitiu que o seu povo fosse enxotado do Egito, saíram levando a paga por todo o trabalho escravo que prestaram ao Egito.
Um pouco antes de saírem Deus executa contra o Egito a décima praga, que seria a morte de todos os primogênitos... mas ao seu povo Deus provê uma solução, a eles foi dito que deveriam sacrificar um cordeiro, o sangue deste deveria ser passado nos umbrais das portas, pois dessa forma o Anjo do Senhor passaria por cima da casa onde visse este sinal e o primogênito daquele lar não morreria, seria salvo.
O povo deveria também comer a carne do cordeiro assada, juntamente com os pães asmos (sem fermento) e as ervas amargas... e deveriam comer com pressa e com todo o aparato pronto para partirem em viagem imediatamente.
São tantas as coisas belas que podemos aprender dessa história:
- Deus não se esquece de nós... mesmo que estejamos atualmente morando no Egito espiritual, um lugar que não é o nosso, onde somos constantemente oprimidos e maltratados... mas temos a segurança de que somos o povo de Deus, e que Ele zela pelos que são seus!
- Deus não nos deixou sem uma solução, sem um escape para fugirmos à condenação que Ele trará sobre o Egito espiritual, Deus nos providenciou o cordeiro, o Seu próprio Filho, Jesus, que é o "cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo"! Sobre quem estiver o Seu sangue, este será salvo da morte e da condenação eterna... amém por isso!!!
- Um dia Deus nos tirará desse Egito espiritual, e então iremos para a Canaã celestial, lá sim é o nosso lar! Mas enquanto essa "viagem" não começa, celebramos a Páscoa do Senhor, ao participarmos do Cordeiro de Deus, ao comermos os pães asmos e as ervas amargas:
             - o cordeiro, simboliza a Cristo, do qual devemos fazer parte do Seu corpo, devemos nos alimentar
                espiritualmente dos ensinamentos que Jesus nos deixou, compreender a Sua obra, entender e            
                aceitar a salvação que somente o Seu sangue nos proporciona;
             - os pães asmos, que são pães sem fermento, simbolizam a nossa vida de santidade, devemos nos
                afastar completamente do pecado (o fermento que leveda a massa), devemos nos separar e
                distinguir do mundo, devemos ser separados e santos para Deus em meio a um mundo onde o
                pecado reina;
             - as ervas amargas, simbolizam a luta contra o pecado e a lembrança de que não pertencemos mais
               ao mundo de pecado, o verdadeiro cristão sabe perfeitamente que nada se iguala à vida que
               Cristo nos oferece, que a vida sem Cristo é amarga e cruel... tanto que ao pecar o cristão sente o
               gosto amargo do pecado e isso o leva a se arrepender e buscar crescer em santidade.
O povo de Israel foi instruído a comemorar a Páscoa cingidos, preparados para partir imediatamente, e nós hoje devemos também estar sempre prontos e preparados para sermos arrebatados a qualquer momento. A vida cristã deve ser marcada pelo sentimento de que não pertencemos a esse mundo, que o céu nos aguarda e que a todo momento devemos estar alerta ao chamado de Cristo!
Maranata, vem Senhor Jesus!!!

Olha a onça!!!

Francisco tem dias que acorda inspirado me contando algum "causo" da época que era criança... cada história... e de como ele quando criança morria de medo!
Eu sempre fico em desvantagem, tive uma infância tão tranquila... não me lembro de nenhum "causo" assustador pra participar da rodada! hehe...
Então, de repente eu me lembrei de um... falei pra ele, "essa você vai querer ouvir!"
Quando eu era pequena íamos visitar meus avós no sítio, lá no interior de São Paulo... casinha simples, paredes de barro, terreiro varridinho e pé de jabuticaba perto da cozinha da minha vó!
Minha vó ficava tão feliz quando a gente ia visitar ela, que não conseguia dormir a noite antes de a gente chegar e também a noite do dia em que a gente chegava... tamanha era a felicidade!!!
Casa de vó, sabe como é, né?! Tudo era especial! Ainda mais para eu e meu irmão, criança curte essas coisas com uma percepção diferente dos adultos!
Quando ia entardecendo, minha vó e minha mãe na cozinha preparando o jantar... e ao mesmo tempo tentando dar banho em nós dois, numa casa onde não tinha chuveiro, era aquele balde pendurado que depois de ensaboado o corpo, minha mãe enchia de água e assim podíamos tomar a devida "chuveirada"! Oh, coisa boa!
Depois do jantar, depois daquela boa conversa em volta da mesa, depois de muita conversa jogada fora, e também de ler um Salmo antes de irmos dormir, isso tudo à luz de lamparinas... finalmente a casa entrava em ritmo de recolher, era a hora de ajeitar as camas e o colchão no chão da sala onde eu e meu irmão iríamos dormir.
Meu vô se deitava, meus pais também se recolhiam no quarto, enquanto minha vó ficava correndo pra cima e pra baixo ajeitando os últimos detalhes... parecia que ela não queria que o dia tivesse terminado!
Enquanto isso, meu vô falava lá do quarto pro meu irmão, com aquela voz forte e alta que sempre teve e mesmo porque a casa não tinha forro, então tudo o que era dito num quarto se ouvia nos outros:
_ Viu Hugo, por essas bandas aqui costuma ter onça! Um dia desses atrás eu ouvi uma aqui bem pertinho...
Bem nessa hora uma vaca mugiu lá no pasto e meu vô aproveitou:
_ Aí, você ouviu essa?!
Meu pai quase não se aguentava de tanto rir no quarto dele... e eu e meu irmão que estávamos na sala, ficávamos morrendo de medo!
Quando me menos se espera uma outra vaca muge novamente... e o meu vô não perde a chance:
_ Olha, essa foi mais perto!
Ah, pra quê?! Eu nem mexia na cama, chega a cortar a respiração!
A essa altura meu vô não aguentava mais segurar... e soltava aquela risadona alta e forte! Se divertia à beça!
Mas nem mesmo ouvir o meu pai e o meu vô rindo servia de consolo pra mim... o medo já estava instaurado.