"Black Friday"

Essa semana foi marcada pela famosa "Black Friday" nos Estados Unidos... e que o Brasil já está dando o seu jeitinho de imitar!
O consumismo foi às alturas... as pessoas fazem imensos sacrifícios para simplesmente poderem "aproveitar"  os descontos e as ofertas... compram coisas que talvez nem precisassem, mas a ideia de que "está tão barato, que chega a ser imperdível!" seduz milhares de pessoas!
É curioso que a Black Friday é exatamente um dia após o Thanksgiving, o dia de Ações de Graças, que ao longo desses anos vem perdendo o seu significado... mas que na sua origem era um dia especial, um dia para agradecer a Deus por todas as bençãos recebidas durante o ano que se passou!
As pessoas hoje não sabem mais agradecer, na verdade, penso que o problema seja mais profundo, as pessoas hoje não sabem mais se contentar com o que tem, com o que Deus concede a cada um!
A ganância é tanta que as pessoas olham para o que tem, sentem uma imensa insatisfação, porque vivem a se comparar com os outros... os outros sempre tem mais do que nós temos! Os outros sempre tem coisas melhores do que nós temos! E a insatisfação vai escalando...
Por mais que uma coisa seja boa, há sempre algum detalhe que não atende a satisfação plena das pessoas, haverá sempre motivo para críticas, para melhorias... esse é o ritmo de todas as coisas que temos nesse mundo!
Nem que a pessoa tenha tudo o que o seu coração possa desejar... isso nunca é o suficiente para ela! Estará sempre em busca de algo mais... é um buraco sem fundo que se instalou no coração da humanidade!
Essa é a natureza humana... o homem está sempre insatisfeito, impaciente e intolerante com o que Deus lhe concede!
E Deus nos concede tantas coisas, tantas bençãos... são tantas que temos até dificuldade em enumerá-las! Mas na maior parte das vezes os nossos olhos estão cegos, embotados pela insatisfação que se alastrou e tomou conta do nosso coração.
Ah... como precisamos aprender a agradecer a Deus pelas suas bençãos! Não simplesmente num dia específico, como no feriado do calendário americano... mas em todos os dias!
Aprender a olhar para as coisas que Deus tem nos dado, e reconhecer que Ele é o doador de tais coisas! Reconhecer que se não fosse por Sua graça não teríamos tais coisas! Reconhecer que somos dependentes da Sua bondade, que não é por nossos esforços e condições que temos as coisas que temos! Reconhecer que podemos sim querer e desejar ter outras coisas, mas que devemos buscar Dele a aprovação para adquirir tais coisas!
Deveríamos aprender a não buscar ter o céu aqui na terra... o céu nos aguarda na eternidade! Aqui na terra somos simplesmente passageiros, moramos em tendas, nosso conforto é parcial, porque estamos nos deslocando em direção ao nosso destino final... o céu!
Penso que o céu será realmente lindo... mas lindo mesmo será ver o coração de contentamento que Deus dará a todos os que são seus... lá não teremos mais essa atitude tão horrível de colocar defeito em tudo, de estar sempre desejando algo mais... lá poderemos apreciar e louvar a Deus continuamente por Sua perfeição! Lá Deus nos dará muito além do que sequer pudemos imaginar ser possível ter... lá o nosso coração estará em paz e seremos livres para adorar a Deus sem nos preocuparmos com coisas materiais!
Maranata... vem Senhor Jesus! E nos livre desse mundo corrompido em que vivemos!

Fala, Senhor, porque o teu servo ouve!

A Bíblia é realmente inesgotável!
Cada vez que lemos uma história, nos encantamos com detalhes que que nunca tínhamos visto antes! Eu particularmente vibro quando descubro um detalhe novo, quando Deus me mostra algo que não tinha notado antes... ah, como é bom!
Dessa vez foi a história de Samuel, o pequeno garoto que foi levado por sua mãe e devolvido ao Senhor, ele morava com o sumo sacerdote Eli e ajudava nas tarefas do templo.
A Bíblia nos conta que Samuel era um menino exemplar, que "crescia em estatura e no favor do Senhor e dos homens"... se tinha um garoto que a gente poderia dizer "esse garoto vai para o céu", esse garoto era Samuel!
Ele era super obediente, extremamente prestativo com Eli, ajudava nas tarefas do templo, seguia as regras e sabia exatamente o que podia e o que não podia fazer no templo... mas diz a Bíblia que "Samuel ainda não conhecia o Senhor".
Samuel fazia todas essas coisas porque provavelmente aprendeu a faze-las desde pequeno, o templo era a sua casa, conhecia os detalhes, tinha aprendido a realizar as tarefas com perfeição... ele seguia o ritual.
No entanto, ele ainda não conhecia ao Senhor! E a prova disso é que de noite quando ouve o seu nome ser chamado, ele rapidamente intui que Eli o havia chamado e prontamente vai a Eli para ver se este o havia chamado e o que este precisava... ele não reconheceu a voz do Senhor!
Eli já estava velho, seus olhos estavam se escurecendo, sua performance como sumo sacerdote da nação de Israel estava manchada pela terrível conduta dos seus filhos... e ainda por cima, "a palavra do Senhor era mui rara; as visões não eram frequentes."
Se tinha alguém que devia ter um contato frequente com o Senhor perante a nação de Israel, esse alguém era Eli, ele era o sumo sacerdote, o representante do povo perante Deus... e Eli já não era mais essa pessoa.
Deus então olha para Samuel e o chama, chama por Samuel três vezes de noite, e Samuel como ainda não conhecia ao Senhor não reconhece a Sua voz... também demora para Eli atinar com a possibilidade de que era Deus quem estava chamando por Samuel, mas quando finalmente ele percebe o que estava acontecendo, instrui Samuel de que era Deus quem o estava chamando e que ele deveria se colocar a disposição para ouvir o que o Senhor tinha a dizer-lhe.
Samuel então espera novamente o Senhor chamar o seu nome, e dessa vez ele diz "Fala, porque o teu servo ouve." Samuel agora sabia quem estava falando com ele, sabia que era o Senhor, e nesse momento ele se dispôs a ser um "servo" de Deus... naquele momento Samuel conheceu o Senhor de uma forma pessoal e íntima!
Temos a aprender com Samuel que de nada nos vale os rituais religiosos, tipo ir à igreja todos os domingos, carregar uma Bíblia, cantar os hinos, aprender a se comportar como um cristão... isso nada vale se não conhecemos ao Senhor! Se não conseguimos reconhecer a voz de Deus quando Ele fala conosco!
Nossa atitude deve ser como a de Samuel, de se colocar a disposição, ficar atento ao chamado do Senhor, e responder com humildade "Fala, Senhor, porque o teu servo ouve."

A Páscoa do Senhor

Uma das histórias emocionantes na Bíblia é a saída do povo de Israel do Egito... o cumprimento das promessas que Deus havia feito a Abraão, Isaque e Jacó.
O povo já estava por 400 anos no Egito, uma nação que não era a sua... a princípio foi a providência divina que os levou até lá, mas aos poucos foram sendo escravizados por aquela nação devido ao assustador crescimento do povo de Israel, os egípcios temiam perder o controle da nação para aquele povo que crescia dentro do seu território.
Deus então de formas miraculosas arquitetou todo um plano para tirar o seu povo debaixo da escravidão do Egito... e depois de desafiar várias vezes o Faraó e todos os deuses do Egito, mostrar com mão forte e poderosa que existe somente um Deus, que é digno de ser adorado e temido... Deus finalmente tira o seu povo do Egito!
E Deus fez com que a saída do povo de Israel do Egito fosse triunfal... triunfal sim, pois Deus não permitiu que o seu povo fosse enxotado do Egito, saíram levando a paga por todo o trabalho escravo que prestaram ao Egito.
Um pouco antes de saírem Deus executa contra o Egito a décima praga, que seria a morte de todos os primogênitos... mas ao seu povo Deus provê uma solução, a eles foi dito que deveriam sacrificar um cordeiro, o sangue deste deveria ser passado nos umbrais das portas, pois dessa forma o Anjo do Senhor passaria por cima da casa onde visse este sinal e o primogênito daquele lar não morreria, seria salvo.
O povo deveria também comer a carne do cordeiro assada, juntamente com os pães asmos (sem fermento) e as ervas amargas... e deveriam comer com pressa e com todo o aparato pronto para partirem em viagem imediatamente.
São tantas as coisas belas que podemos aprender dessa história:
- Deus não se esquece de nós... mesmo que estejamos atualmente morando no Egito espiritual, um lugar que não é o nosso, onde somos constantemente oprimidos e maltratados... mas temos a segurança de que somos o povo de Deus, e que Ele zela pelos que são seus!
- Deus não nos deixou sem uma solução, sem um escape para fugirmos à condenação que Ele trará sobre o Egito espiritual, Deus nos providenciou o cordeiro, o Seu próprio Filho, Jesus, que é o "cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo"! Sobre quem estiver o Seu sangue, este será salvo da morte e da condenação eterna... amém por isso!!!
- Um dia Deus nos tirará desse Egito espiritual, e então iremos para a Canaã celestial, lá sim é o nosso lar! Mas enquanto essa "viagem" não começa, celebramos a Páscoa do Senhor, ao participarmos do Cordeiro de Deus, ao comermos os pães asmos e as ervas amargas:
             - o cordeiro, simboliza a Cristo, do qual devemos fazer parte do Seu corpo, devemos nos alimentar
                espiritualmente dos ensinamentos que Jesus nos deixou, compreender a Sua obra, entender e            
                aceitar a salvação que somente o Seu sangue nos proporciona;
             - os pães asmos, que são pães sem fermento, simbolizam a nossa vida de santidade, devemos nos
                afastar completamente do pecado (o fermento que leveda a massa), devemos nos separar e
                distinguir do mundo, devemos ser separados e santos para Deus em meio a um mundo onde o
                pecado reina;
             - as ervas amargas, simbolizam a luta contra o pecado e a lembrança de que não pertencemos mais
               ao mundo de pecado, o verdadeiro cristão sabe perfeitamente que nada se iguala à vida que
               Cristo nos oferece, que a vida sem Cristo é amarga e cruel... tanto que ao pecar o cristão sente o
               gosto amargo do pecado e isso o leva a se arrepender e buscar crescer em santidade.
O povo de Israel foi instruído a comemorar a Páscoa cingidos, preparados para partir imediatamente, e nós hoje devemos também estar sempre prontos e preparados para sermos arrebatados a qualquer momento. A vida cristã deve ser marcada pelo sentimento de que não pertencemos a esse mundo, que o céu nos aguarda e que a todo momento devemos estar alerta ao chamado de Cristo!
Maranata, vem Senhor Jesus!!!

Olha a onça!!!

Francisco tem dias que acorda inspirado me contando algum "causo" da época que era criança... cada história... e de como ele quando criança morria de medo!
Eu sempre fico em desvantagem, tive uma infância tão tranquila... não me lembro de nenhum "causo" assustador pra participar da rodada! hehe...
Então, de repente eu me lembrei de um... falei pra ele, "essa você vai querer ouvir!"
Quando eu era pequena íamos visitar meus avós no sítio, lá no interior de São Paulo... casinha simples, paredes de barro, terreiro varridinho e pé de jabuticaba perto da cozinha da minha vó!
Minha vó ficava tão feliz quando a gente ia visitar ela, que não conseguia dormir a noite antes de a gente chegar e também a noite do dia em que a gente chegava... tamanha era a felicidade!!!
Casa de vó, sabe como é, né?! Tudo era especial! Ainda mais para eu e meu irmão, criança curte essas coisas com uma percepção diferente dos adultos!
Quando ia entardecendo, minha vó e minha mãe na cozinha preparando o jantar... e ao mesmo tempo tentando dar banho em nós dois, numa casa onde não tinha chuveiro, era aquele balde pendurado que depois de ensaboado o corpo, minha mãe enchia de água e assim podíamos tomar a devida "chuveirada"! Oh, coisa boa!
Depois do jantar, depois daquela boa conversa em volta da mesa, depois de muita conversa jogada fora, e também de ler um Salmo antes de irmos dormir, isso tudo à luz de lamparinas... finalmente a casa entrava em ritmo de recolher, era a hora de ajeitar as camas e o colchão no chão da sala onde eu e meu irmão iríamos dormir.
Meu vô se deitava, meus pais também se recolhiam no quarto, enquanto minha vó ficava correndo pra cima e pra baixo ajeitando os últimos detalhes... parecia que ela não queria que o dia tivesse terminado!
Enquanto isso, meu vô falava lá do quarto pro meu irmão, com aquela voz forte e alta que sempre teve e mesmo porque a casa não tinha forro, então tudo o que era dito num quarto se ouvia nos outros:
_ Viu Hugo, por essas bandas aqui costuma ter onça! Um dia desses atrás eu ouvi uma aqui bem pertinho...
Bem nessa hora uma vaca mugiu lá no pasto e meu vô aproveitou:
_ Aí, você ouviu essa?!
Meu pai quase não se aguentava de tanto rir no quarto dele... e eu e meu irmão que estávamos na sala, ficávamos morrendo de medo!
Quando me menos se espera uma outra vaca muge novamente... e o meu vô não perde a chance:
_ Olha, essa foi mais perto!
Ah, pra quê?! Eu nem mexia na cama, chega a cortar a respiração!
A essa altura meu vô não aguentava mais segurar... e soltava aquela risadona alta e forte! Se divertia à beça!
Mas nem mesmo ouvir o meu pai e o meu vô rindo servia de consolo pra mim... o medo já estava instaurado.

Conversa animada!

_ Ah, eu imagino que Deus seja um velhinho, de cabelos bem brancos e barbas bem compridas!
_ Minha amiga, Deus não tem forma corpórea!
_ Como assim?!
_ É isso mesmo, Deus não tem a forma de corpo como nós conhecemos! Ninguém jamais viu a Deus... Ele é um espírito. Deus não pode se restringir a uma forma...
_ Mas a Bíblia diz que Deus se assenta num trono?!
_ Pois é minha amiga, essa é uma forma que a Bíblia usa para que possamos entender, isso porque nossa mente é extremamente limitada e para que pudéssemos entender que Deus é soberano e que Ele reina sobre tudo e todos, a Bíblia usa a figura de um rei que está assentado num trono!
_ E porque eu não posso imaginar Deus como se Ele tivesse um corpo? É mais fácil pra mim!
_ Exatamente pelo fato de que nós não podemos restringir Deus a uma forma, porque Deus não está restrito ao tempo, espaço e matéria!
_ Como assim, o que o tempo, o espaço e a matéria tem a ver com isso?!
_ Tudo!!! Você só existe porque um dia você nasceu, você teve um início, você vive numa condição temporal... e você ocupa um espaço, eu sou eu e você é você, o seu corpo é diferente do meu, nós não ocupamos o mesmo espaço, somos pessoas diferentes... e a matéria, é exatamente o seu corpo, a razão porque eu posso te ver!
_ Humm...
_ Já Deus não, Ele não vive em função desses três conceitos, porque foi Ele quem criou essas três variantes para que o mundo existisse! Ele está portanto acima do tempo, do espaço e da matéria... Ele não depende dessas condições para existir! Deus nunca teve início e nem fim, Deus é eterno e infinito, a razão porque Ele está em todos os lugares!
_ Wow... nunca tinha pensado nisso! Mas, espera um pouco, a Bíblia diz que Moisés ouvia a voz de Deus, e agora?!
_ Muito bem lembrado! Moisés realmente ouvia a voz de Deus! Mas veja, Deus que não tem nenhuma das restrições que Ele impôs ao ser humano, precisou achar algum meio de se relacionar com o homem, Ele precisa se fazer entendido na condição e na capacidade que o homem tem, e o homem é muito pequenininho perante Deus... então Deus faz uso da voz humana, porque só assim o homem consegue entender o que Deus está dizendo!
_ Poxa, mas então a gente nunca vai poder ver Deus?!
_ Vamos sim, no céu nós vamos ver Jesus!
_ Ah, mas é Jesus! E Deus?!
_ Uai minha amiga, quem vê Jesus vê a Deus!!! Deus não é três pessoas... Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo são um só!
_ Ai... isso tudo é muito complicado!
_ Sabe o que eu acho mais interessante nisso tudo!?
Ela então me olha com expectativa.
_ É que Deus, sendo tão grande, tão poderoso, que não se encaixa dentro da nossa limitada capacidade de entendimento... tomou a forma humana, Ele decidiu vir a esse mundo como um de nós! Nasceu como um de nós, tomou a forma humana, Ele se identificou conosco no nível mais íntimo possível, Ele estabeleceu um relacionamento conosco seres humanos. E agora Jesus tem um corpo, de tal forma que lá no céu poderemos ver Jesus... isso não é incrível?!!!
_ Realmente! Isso tudo é maravilhoso! Nosso Deus é demais...

Dar ou não dar mesada aos filhos... eis o dilema!

Esse é realmente um dilema que pais e filhos enfrentam... os pais pensam "será que devo dar mesada aos meus filhos?", e os filhos por outro lado pensam "porque eu não posso ter mesada se muitos dos meus colegas tem?"
A questão na verdade gera dúvidas lá na base, é bem mais profundo o cerne da questão!
O argumento principal é de que a mesada dá aos filhos a oportunidade de aprender a lidar com o dinheiro, vivenciar na prática os conceitos da educação financeira... sim, faz sentido!
O que não costuma fazer muito sentido é o fato de crianças tão pequenas com apenas 4 anos de idade já estarem recebendo mesada... já outros dizem que uma boa idade para começar a dar mesada é a partir dos 6 ou 7 anos. Vê-se que há grandes divergências quanto a esse assunto!
Há ainda a estrita regra de que os pais devem ser fiéis em cumprir o combinado com os filhos, a quantia e o dia marcado para a entrega da mesada não pode ser de forma alguma descumprida, porque a criança cria uma expectativa e se o trato não for cumprido à risca a criança ficará decepcionada! Os pais acabam se tornando reféns dos filhos!
Sem contar com a questão do valor que deve ser dado como mesada aos filhos... e aqui o terreno é realmente escorregadio, alguns acham que deve ser um valor pequeno de forma a meramente instruir o filho a lidar com o dinheiro, já outros acham que precisam ser generosos, que suas condições financeiras permitem que se dê ao filho uma quantia até grande.
Todas essas questões são suficientes para deixar os pais estressados e confusos quanto ao simples fato de dar ou não dar mesada aos filhos!
O que deveria estar em foco é a verdadeira educação financeira que os pais devem passar aos filhos, e a verdade é que essa educação financeira é bem mais complexa do que simplesmente entregar mensalmente uma quantia de dinheiro na mão do filho... veja por exemplo alguns conceitos que os pais devem ter em mente ao ensinar o filho o conceito financeiro por detrás do dinheiro:

1. Mesada não pode ser de forma alguma recompensa por algo que a criança tenha feito ou faz normalmente, por exemplo, não se pode dar ou deixar de dar mesada de acordo com o desempenho da criança nos estudos! Também não pode estar ligado aos trabalhos domésticos, ajudar nas tarefas da casa não é motivo para receber ou não uma mesada. Estudar e ajudar em casa são obrigações inegociáveis dos filhos.

2. A criança precisa saber como que o dinheiro "aparece", ou seja, não podem ver os pais como cofres cheios de dinheiro! Precisam entender o valor desse "papel mágico" que compra as coisas! Por essa razão os pais devem explicar que o dinheiro é o resultado de um mês inteiro de trabalho, há uma troca entre o esforço e o trabalho humano pelo dinheiro que é recebido no final do mês... ninguém recebe se não trabalhar!

3. É essencial que os filhos participem do planejamento dos gastos do salário... não é preciso que os filhos saibam o montante real que os pais ganham, porque isso poderia levar a problemas indesejados caso os filhos comentassem esses dados com outras pessoas. Mas é perfeitamente possível inteirar os filhos dos valores das contas de água, energia, supermercado... e com isso ensinar aos filhos que existem gastos que atendem as necessidades básicas da família e que de forma alguma podem ser negligenciadas! Sem pagar a conta de água não dá pra tomar banho, sem pagar a energia não se pode fazer quase nada dentro de casa... deu pra entender, né?! A criança precisa que o adulto lhe explique isso, porque pra ela tudo isso parece que é automático!

4. Quando algo precisa ser comprado, essa é uma excelente oportunidade de discutir com a criança uma série de conceitos importantes, de que primeiro precisamos saber o quanto temos disponível para tal compra, que é preciso pesquisar e comparar preços, que é preciso discutir o custo/benefício de um certo objeto (não precisamos comprar o pior só porque é mais barato, mas também não devemos comprar o mais caro só por questão de luxo), que não se deve comprar algo só porque viu e gostou,  e por aí vai... participar desse processo de compra é um aprendizado e tanto!!!

5. Se os pais fazem dívidas (e quem não as faz de vez em quando, ou sempre!!!), é de extrema importância levar os filhos juntos quando se vai quitar a dívida! Os filhos precisam saber que ao comprar algo é preciso pagar por aquilo, e que há um compromisso com a palavra dada, o bom cumprimento das responsabilidades denota caráter íntegro! Aliás, pais que fazem dívidas demais já não estão passando um bom exemplo aos filhos, os filhos precisam aprender que só se pode comprar algo quando realmente se tem o dinheiro disponível para aquilo, do contrário, é melhor economizar e guardar o dinheiro para realizar tal compra!

6. Se os pais dão mesada aos filhos, os mesmos devem acompanhar de perto o uso que os filhos fazem da mesada... esse é um processo em que os pais devem estar presente! Os filhos precisam dessa tutoria, precisam de ajuda para colocar em prática os conceitos e devem aprender a responsabilidade de usar bem o dinheiro! É muito útil que haja um caderninho para anotar a movimentação financeira que a criança faz, dessa forma ela tem como analisar e avaliar o uso que está fazendo do dinheiro. É também essencial que haja um cofrinho, para que a criança aprenda a economizar, a guardar dinheiro para algo que quer comprar no futuro... etc.

7. Para pais cristãos é de extrema importância ensinar sobre o dízimo que devolvemos ao Senhor como gratidão pelas bençãos e pela provisão Dele em todas as nossas necessidades! O dízimo não deve ser entregue com pesar, como se aquilo fosse fazer falta, porque as crianças são espertas e percebem essa atitude.

A verdade é que poderíamos acrescentar muitos outros pontos... mas a suma é, educação financeira não é simplesmente dar uma quantia de dinheiro, a famosa mesada, aos filhos, é sim dar o exemplo, é viver de forma reta, justa e íntegra perante a sociedade, porque o exemplo fala mais alto do que palavras!
Dá muito mais trabalho educar financeiramente um filho do que entregar a mesada... exige dedicação da parte dos pais em explicar coisas que achamos que os filhos vão "captar" naturalmente, e mais dedicação ainda em fazer exatamente aquilo que se ensina aos filhos!!!
Pais com pouca condição financeira, que não tem condições de "dar mesada" aos filhos, não devem de forma alguma se sentir diminuídos e culpados por isso! A vida é prova de que pessoas com grandes privações lidam melhor com o dinheiro do que pessoas que tem dinheiro pra dar e esbanjar. Filhos que crescem conscientes da real situação financeira dos pais sabem dar mais valor às coisas, e principalmente às pessoas!
Dar ou não dar a mesada aos filhos é uma questão pessoal, os pais são responsáveis por decidir isso, mas a responsabilidade de educar financeiramente os filhos é uma questão da qual os pais não podem se eximir, e os filhos serão sempre um reflexo dos pais, lidarão com o dinheiro baseado com aquilo que "captaram" dos pais enquanto conviviam juntos e dividiam a mesma entrada de dinheiro!

Curiosidade Bíblica # 2

Esse domingo eu estava a contar a história de Daniel para as crianças e me ocorreu algumas curiosidades que nunca tinha percebido antes!
Eu gosto dessas curiosidades... é como se descobríssemos peças do quebra-cabeça! =) Pareço voltar a ser criança, a me encantar com os detalhes dessa história tão linda!!!

É interessante ver como o jovem Daniel se destacava e crescia no conceito do rei Dario, na antiga Babilônia, isso porque "ele era fiel, e não se achava nele nenhum erro nem culpa", e "porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava em estabelecê-lo sobre todo o reino"... wow! Isso foi suficiente para que Daniel arranjasse inimigos mortais no reino, tanto que um grupo de presidentes e sátrapas começaram a planejar uma forma de derrubar Daniel, queriam acusá-lo de algo... e não conseguiam de jeito nenhum!
Então eles tiveram a "brilhante ideia", propuseram ao rei Dario que pelo espaço de trinta dias, um mês, ele fosse o deus supremo daquela nação, que nenhum pedido fosse feito a qualquer outro deus ou homem que não ao rei, e a pena para o descumprimento de tal decreto era ser lançado na cova dos leões... o rei deve ter ficado lisonjeado e sem pensar duas vezes assinou o tal decreto!
Agora os presidentes e sátrapas tinham nas mãos a acusação de que precisavam contra Daniel! Isso porque
Daniel que era extremamente fiel a Deus, orava três vezes ao dia ao seu Deus, e ele orava de frente para as janelas abertas do seu quarto em direção à Jerusalém... e quando ele soube do decreto do rei, em nenhum momento pensou em deixar de orar ao seu Deus, fez tudo como de costume!
Aqueles homens então correram dar a notícia ao rei Dario, disseram ainda que Daniel não fazia caso do rei, porque continuava orando três vezes ao dia ao seu Deus.
Nesse momento o rei Dario caiu em si e percebeu o real motivo porque tais homens haviam pedido que ele sancionasse o tal decreto... diz a Bíblia que "tendo o rei Dario ouvido estas coisas, ficou muito penalizado e determinou consigo mesmo livrar a Daniel; e, até o pôr do sol, se empenhou por salvá-lo." No entanto, tudo foi em vão, e aqueles homens pessoalmente foram ao rei lembrá-lo de que "é lei dos medos e persas que nenhum interdito ou decreto que o rei sancione se pode mudar."
Eis a verdade... o rei que por trinta dias assumia a posição de deus sobre a Babilônia, reconheceu finalmente que ele tinha pouco ou nenhum poder, e que ele não estava acima de tudo e todos, devia submissão à lei dos medos e persas e acabou refém da intenção maldosa daqueles homens! Não é incrível que um rei com tanto poder tenha se sentido tão impotente assim?!!!
Com todo o pesar do seu coração teve que finalmente mandar jogar Daniel na cova dos leões... e momentos antes de Daniel ser jogado na cova, o rei diz a Daniel: "O teu Deus, a quem tu continuamente serves, que ele te livre."
Aquela deve ter sido a pior noite da vida daquele rei, pois diz a Bíblia que "o rei se dirigiu para o seu palácio, passou a noite em jejum e não deixou trazer à sua presença instrumentos de música; e fugiu dele o sono." Temos aqui a prova de que o rei se sentiu miseravelmente impotente, ele como rei não pode fazer absolutamente nada... e remoía isso dentro do seu coração!
Assim que o dia amanheceu vemos uma das cenas inimagináveis para um rei, o rei Dario colocou a sua pompa real de lado, pois "foi com pressa à cova dos leões. Chegando-se ele à cova, chamou por Daniel com voz triste; disse o rei a Daniel: Daniel, servo do Deus vivo! Dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?!"
Um rei humilhado e resignado que tinha no seu coração uma pequena esperança de que o Deus de Daniel pudesse ter feito algo para livrá-lo dos leões... e ainda admite que o Deus de Daniel era o "Deus vivo"!
Qual não foi a surpresa do rei ao ouvir a voz de Daniel de dentro da cova dos leões que lhe responde "Ó rei, vive eternamente! O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca aos leões, para que não fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; também contra ti, ó rei, não cometi delito algum."
Diz a Bíblia que o rei "se alegrou sobremaneira"! Ah, como eu queria ter visto a cara do rei e que reação ele teve naquele momento!!!
Daniel foi tirado da cova dos leões imediatamente!!! E em seu lugar o rei Dario ordenou que fossem trazidos aqueles homens e que eles e suas famílias fossem lançados na cova dos leões, "e ainda não tinham chegado ao fundo da cova, e já os leões se apoderaram deles, e lhes esmigalharam todos os ossos."
"Então, o rei Dario escreveu a todos os povos, nações e homens de todas as línguas que habitam em toda a terra: Paz vos seja multiplicada! Faço um decreto pelo qual, em todo o domínio do meu reino, os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel, porque ele é o Deus vivo e que permanece para sempre; o seu reino não será destruído, e o seu domínio não terá fim. Ele livra, e salva, e faz sinais e maravilhas no céu e na terra; foi ele quem livrou a Daniel do poder dos leões."

Que conclusão incrível e maravilhosa para a história de Daniel:

Um rei que começa com o seu ego exaltado, é humilhado terrivelmente no decurso da história, e termina dando glórias ao Deus vivo!!!

Um rei que inicialmente atribui a si mesmo a posição de deus pelo intervalo de tempo de trinta dias... e termina reconhecendo que Deus "permanece para sempre; o seu reino não será destruído, e o seu domínio não terá fim."!!!

Um rei que se vê irremediavelmente tolhido de tomar qualquer atitude contra um decreto que ele mesmo sancionou... acaba por reconhecer que Deus sim "faz sinais e maravilhas no céu e na terra"!!!